LOCUTOR DE RÁDIO

É o profissional que você já está acostumado a ouvir quando liga o rádio.

O locutor apresenta programas de música, notícias e esporte.

É um profissional que precisa estar bem preparado para sua função, principalmente no que se refere à fala.

É necessário ter uma boa voz, não essencialmente grave, mas com uma boa dicção, articulação e pronúncia. Isto porque o microfone amplifica e define eventuais defeitos ou falhas na voz.

Um locutor pode desempenhar seu trabalho em emissoras de FM (Freqüência Modulada) ou AM (Amplitude Modulada).

Conforme a emissora, o profissional pode falar de forma diferente, ou seja, no FM fala-se menos e de uma maneira mais rápida e objetiva.

Já no AM, como o locutor tem mais espaço para falar devido a menor quantidade de músicas executadas, é mais comunicativo e tem mais liberdade para improvisar o que falar.

IMPROVISO

Em sua grande maioria, os programas de rádio são apresentados ao vivo – em tempo real.

Sendo assim o locutor de rádio é forçado a desenvolver uma característica básica no seu trabalho; o improviso. Sem este recurso o comunicador fica preso a roteiros e textos escritos e não desenvolve uma comunicação de forma natural e expontânea.

O poder da improvisação não nasce com o profissional. A habilidade de improvisar vem com o treino e se desenvolve com o tempo e com a experiência de cada um. Para certas situações imprevistas, mais vale uma abertura ou passagem de programa, bem escrita e bem interpretada, do que uma tentativa desastrada de improvisar.

A falta de pontuação e acentuação correta arrebenta a frase, tirando-lhe o sentido e dificultando o entendimento. Você só deve partir para o improviso se o assunto a ser abordado é de seu total conhecimento. Evite tomar partido ou falar sobre assuntos que não conhece.

Recordo-me de uma de minhas passagens por Curitiba, quando ao ouvir uma emissora de rádio o locutor desmanchava-se em indignações ao ler uma notícia de que a prefeitura iria concentrar os camelos de Curitiba no passeio público, uma tradicional área pública de passeio da cidade. Barbaridade ! dizia ele irritado: “ O Prefeito Jaime Lerner não tinha mais o que inventar ... Vai encher o passeio público de camelos, que além de tudo são animais fedidos, mal cheirosos, barulhentos e esquisitos.

Imagine a quantidade de sujeira que isto não vai trazer para a cidade. ... "Camelos ora vejam só ! ... O prefeito endoideceu de vez !" Um comentário digno de se tirar o chapéu e colocá-lo em forma de acento circunflexo sobre o “O” da palavra camelô, mudando completamente o sentido da idéia.

O LOCUTOR E O OUVINTE

No rádio não existem relações mais interligadas do que locutor e ouvinte. É fácil de entender. As músicas que se tocam, as notícias que se dão, os eventos, promoções e shows que se divulgam e até mesmo os comerciais que se veiculam são direcionados ao nosso ouvinte.

Uma rádio comercial não sobrevive sem audiência. Existe a necessidade do locutor, independente da segmentação ou direcionamento do publico alvo a que ele se propõe conquistar, ser cativante e carismático no ar.

Em uma emissora voltada ao Rádiojornalismo, pôr exemplo, desperta a preferência do ouvinte com opiniões bem elaboradas, idéias inteligentes e bem construídas junto a comentários bem formulados. Já nos programas de entretenimento tanto no AM como no FM existe a necessidade de você ser intensamente agradável no ar, pois são milhares de ouvintes a ligar o rádio para se divertir e se informar.

CATIVANDO OUVINTES

Grande parcela da massa de ouvintes do rádio é formada pôr pessoas simples, de população de baixa renda, que ligam muitas vezes o rádio em busca de lazer, divertimento e a identificação com um amigo. É este público que consagra e mistifica seus comunicadores gerando-lhes audiência certa todos os dias.

Outra parcela do público também busca no rádio a informação, a notícia, a utilidade pública e a prestação de serviço. Como é um veículo instantâneo e de grande mobilidade na forma de trazer a notícia, possui grande credibilidade pôr parte do público.

O rádio também é muito presente junto ao público adolescente e jovem. As emissoras e seus locutores buscam cativar seu público com promoções, eventos, shows e muitos programas com muito humor. É a receita infalível na hora de cativar o público jovem.

O LOCUTOR DE FM

É o profissional que desempenha sua função em emissoras de Freqüência Modulada. Os estilos de comunicação no FM variam conforme o estilo da emissora.

A locução no FM é direcionada a um público que tem suas preferências na programação musical e não no locutor em si.

O grande destaque vai para a programação musical da emissora e não para o apresentador.

Talvez isto ocorra devido a influência da própria proposta do seu surgimento no Brasil, tendo como primeira emissora a Rádio Imprensa Fm, no Rio de Janeiro em 1956 e em São Paulo em 1973.

O FM teve muitas mudanças em seu estilo, até chegar o que é hoje.

Inicialmente sua proposta era tocar a chamada música de elevador, executando uma programação de músicas selecionadas criteriosamente.

Era o sistema Broadcasting, que consistia na comercialização de uma programação sem espaços comerciais, onde a emissora de freqüência modulada, instalava em clientes formados de lojas comerciais, escritórios, consultórios, um receptor de rádio estéreo.

Este sintonizava apenas a emissora que transmitia a programação, que acrescentava ainda no serviço, a instalação de caixas de som em pares, uma para o canal esquerdo e outra para o canal direito.

O grande diferencial deste serviço, na época, era o som estereofônico, identificado pela recepção de uma transmissão em canais diferentes e pela qualidade e pureza do som.

Equivaleria dizer hoje, sobre o som e a imagem digital.

O LOCUTOR DE AM

Este locutor desempenha seu trabalho em emissoras de amplitude modulada.

Iguais ao FM, os estilos de locução também mudam conforme a segmentação da emissora.

A locução no AM exige do profissional de locução um maior preparo, pois, ele fala bem mais do que no FM.

Sua postura é mais próxima ao ouvinte.

Seja numa emissora popular onde sua características é o entretenimento, ou numa outra, onde o jornalismo seja seu segmento, o locutor é mais próximo do ouvinte.

Pôr isso que você, ao ouvir uma emissora no AM, vai observar profissionais mais maduros e experientes, pois além do trabalho ser mais complexo, exige muito mais habilidade do comunicador.

O LOCUTOR ESPORTIVO

É o locutor que narra partidas esportivas, faz comentários dos lances dos jogos e entrevista jogadores e atletas.

Sua locução deve ser vibrante, cheia de entusiasmo e bastante precisa, pois a velocidade da narração no esporte é acelerada, diferente dos demais tipos de locução no rádio.

O locutor vai tratar de assuntos que acontecem com muita velocidade, ou seja, noticia o resultado de partidas e eventos esportivos que acontecem simultaneamente ao redor do planeta.

O comunicador pode estar narrando uma partida de futebol pôr exemplo, e comentando no intervalo da mesma, os resultados de outras modalidades esportivas, como fórmula 1, iatismo ou volei.

Um narrador esportivo deve dominar os aspectos técnicos de cada modalidade esportiva, desenvolvendo um conhecimento geral e detalhado do esporte em si.

A transmissão esportiva é carregada de comentários de improviso, que só serão bons na opinião do ouvinte, se você dominar bem o assunto.

 

 

O LOCUTOR ENTREVISTADOR

O Rádio é um veículo da mídia extremamente utilizado na difusão da informação.

Talvez pela grande penetração no cotidiano das pessoas, pela credibilidade que goza junto ao público ou pôr seu baixo custo em relação a outros tipos de mídia, é o que o tornou um veículo aberto a inúmeros tipos de programação. Tanto no Am como no Fm, as entrevistas sempre foram muito bem recebidas pelo público.

Isto explica porque a mídia rádio sempre fez parte dos roteiros do músico, ao lançar seus trabalhos, do artista, ao divulgar suas peças ou dos políticos ao utilizá-lo como palanque eletrônico. Lá sempre estará um locutor, fazendo perguntas, dirigindo conversas e ancorando assuntos.

Um bom programa de entrevistas requer do apresentador muita pesquisa sobre os assuntos enfocados, portanto procure saber tudo sobre seus entrevistados. A falta de conhecimentos irão gerar perguntas impróprias. Uma entrevista bem feita valoriza a emissora, engrandece seu horário e o mais importante, entretém o ouvinte.

O LOCUTOR NOTICIARISTA

Chamamos este profissional de Locutor Noticiarista, pois é ele quem lê e interpreta as notícias escritas pôr um redator. Sua voz deve passar credibilidade e segurança para os ouvintes.

Este profissional pode apenas apresentar jornais falados, como também opinar à respeito dos assuntos apresentados. Nesta hora deve demonstrar conhecimento e segurança na abordagem do assunto, pois o rádio representa credibilidade e verdade.

Para se tornar um bom profissional da notícia, você precisa ler muito, acompanhar tudo o que acontece no mundo da notícia; em outras palavras deve antenar-se no mundo. O locutor deve transmitir certeza, segurança e credibilidade ao falar. Seja no texto lido ou na notícia comentada, você deve passar convicção em sua locução.

Na maioria das vezes o ouvinte presta muito mais atenção quando você entra no ar expondo uma idéia, fato ou notícia, do que quando parte para a execução de uma música propriamente dito.

O LOCUTOR REPÓRTER

Este profissional se apresenta dentro de programas de notícias, reportagens gravadas ou ao vivo, geralmente com autoridades públicas, músicos, artistas, esportistas ou pessoas que sejam notícia.

Sua participação dentro de um programa de rádio pode ser através de entradas gravadas ou ao vivo por telefone.

O LOCUTOR COMERCIAL

É o locutor que grava os comerciais que você ouve no rádio.

É importante salientar, que um locutor ao realizar um comercial no rádio, utiliza-se de técnicas bem diferentes das utilizadas para apresentar seu programa no ar.

A locução vai exigir uma colocação diferente na sua modulação de voz, uma quebra nos ritmos da verbalização e uma extrema naturalidade na interpretação do texto.

Seria o mesmo que dizer que a maioria dos comerciais são em ritmo de conversa e não de leitura.

Existem inúmeros profissionais do rádio que optam pôr dedicar-se exclusivamente à locução comercial.

Além dos ganhos serem muito mais significativos, o locutor tem um mercado bastante vasto à se explorar, que vai desde a narração de vídeos empresariais, passando pela gravação de comerciais para televisão, até ser um contratado exclusivo de determinado produto ou campanha publicitária.

INTERPRETAÇÃO - RÁDIO

Define-se por:

1. Modulação de voz;

É o uso tessitura de voz entre graves, médios e agudos.

2. Variação no ritmo da locução;

É a mudança na velocidade durante a verbalização do texto.

3. Inflexão de sorriso;

É a presença leve e discreta do sorriso durante a locução, muito utilizada na comunicação das rádios populares.

4. Carisma, envolvimento e cumplicidade;

É o estilo próprio de cada comunicador, o domínio técnico e artístico da sua maneira simples e sincera de se comunicar com o público.

5. Expressões de alongamento e elisão: - Olá...!; - Como está você!;

Muito presente na comunicação do rádio popular, onde o locutor imprime um alongamento no final das últimas palavras de cada frase.

6. Simetria da locução com a plástica da emissora;

É a perfeita combinação técno-vocal desempenhada pelo locutor durante a apresentação do programa. Uma interação bem dimensionada entre voz e registros sonoros que são: vinhetas, trilhas e efeitos.

Nota Importante: A interpretação é diretamente ligada com a segmentação, ou seja, com o estilo e gênero da programação.

 

 

INTERPRETAÇÃO - COMERCIAIS

O som da voz dos locutores de comerciais está presente na maioria das propagandas e publicidades, representando aspectos subjetivos que influenciam a composição de imagens mentais, sentimentos e atitudes do público ouvinte.

São requeridas no trabalho de locução publicitária e de propagandas comerciais, muita flexibilidade e plasticidade vocal, que correspondem liberdade e à criatividade da voz.

Caracteriza-se por:

1. Figuras de linguagem na interpretação que vão de sussurros a risos;

2. Livre construção de sons – como imitações e inflexões sonoras;

3. Modulação de voz;

4. Variação no ritmo.

FASES DA COMUNICAÇÃO

Diferente das ciências exatas, como a matemática e a física a comunicação não dispõe de fórmulas pré estabelecidas para dirimir suas questões.

No entanto a comunicação pode fazer uso dos conceitos da lógica utilizados pelas ciências exatas para desenvolver técnicas que facilitem a sua compreensão.

Para um melhor entendimento vamos imaginar a comunicação pelo rádio subdividida em duas fases: a fase verbal e a fase técnica.

Fase Verbal:

É o momento onde o locutor vai elaborar na mente o que vai ser dito ao microfone. Nesta fase da criação e formação da idéia, a velocidade do raciocínio precisa ser instantânea, para que não exista entrecortes na exposição da idéia a ser expressa ao ouvinte.

Pela falta da imagem, o rádio necessita de uma linguagem objetiva e clara , para que o ouvinte possa assimilar a mensagem do locutor.

Conteúdo + Vocabulário + Gramática + Concatenação da Idéia = Improviso

• 1. Conteúdo - conjunto de assuntos a serem abordados no momento da verbalização;

• 2. Vocabulário - conjunto de palavras a serem reunidas no momento da verbalização;

• 3. Gramática – conjunto de regras da escrita utilizadas na construção da verbalização;

• 4. Concatenação da idéia – exposição seqüencial entre começo, meio e fim dos assuntos abordados no momento da verbalização.

Fase Técnica:

É a fase onde o locutor já tem sua idéia construída na mente e parte para a veiculação deste conteúdo no ar. É a hora de juntar a sua voz aos efeitos, trilhas, vinhetas e músicas e imprimir seu ritmo na transmissão

Voz + Plástica + Música = Ritmo no ar

• 1. Voz – exprime o pensamento

• 2. Plástica – define a estética sonora

• 3. Música – completa o conteúdo da mensagem sonora

TÉCNICAS - LOCUÇÃO

No rádio de hoje, uma boa voz não é impreterivelmente o fundamental, ainda que ajude e seja um item de importância.

Para o locutor de rádio, o mais importante é transmitir com objetividade, segurança e credibilidade na leitura da informação.

O sucesso do locutor de notícias depende principalmente de:

• conhecer os assuntos abordados;

• ler o texto antes de entrar no ar;

• marcar as palavras que devem ser lidas com ênfase;

• assinalar a pronúncia correta de nomes e lugares;

• ler sem pressa;

• interpretar (e não encenar) o texto;

• ser natural – alegre, consternado ou irônico – sempre respeitando o tom da notícia;

• acreditar no que está lendo.

Uma boa dicção valoriza o texto e não confunde o ouvinte.

Por isso, o locutor deve articular bem as palavras, sem comer letras ou sílabas inteiras, nem deixar cair o tom de voz no final das frases, atrapalhando o ritmo da leitura.

O locutor deve ficar a cerca de dez a vinte centímetros de distância do microfone, para evitar a saturação do mesmo, e por conseguinte provocar a distorção no áudio.

Na verdade, essas distância varia de acordo com a potência de voz de cada um: quanto mais forte for a voz, mais afastado o locutor deverá ficar do microfone.

Varia também com a qualidade de captação do microfone

TÉCNICAS - AO FALAR

Jamais abra um microfone para falar sem ter em mente tudo o que deseja falar. O raciocínio no momento da fala deve ser geral e não específico.

Nunca parta para um argumento pensando na idéia fragmentada, você vai se perder em meio aos argumentos durante a locução. O locutor ao abrir o microfone, já deve ter sua idéia concatenada, ou seja, sua idéia já deve estar construída na mente, com começo, meio e fim.

Nosso cérebro é muito mais veloz ao construir as frases quando pensamos, do que nosso aparelho fono articulatório quando ao expressá-las quando falamos. Se você aprender a condicionar sua mente a construir toda a idéia antes de falar, sua comunicação será mais efetiva e sua verbalização mais equilibrada e constante.

Ao contrário de muitos comunicadores que constróem suas frases no momento da fala. A locução vai ficar carregada de entrecortes e titubeio, que acabará denotando insegurança e falta de preparo no assunto abordado.

Antes de falar observe:

• Leia pelo menos três vezes o textos a serem apresentados no ar.

• Jamais interprete um texto sem lê-lo bem;

• Certifique-se se todos os comandos a serem dados à mesa de áudio estão preparados, tais como, músicas, vinhetas ou trilhas a serem veiculadas no ar;

• Procure saber se existe alguma novidade na programação, tais como novas músicas ou promoções, ou até mesmo, alterações técnicas nos equipamentos do estúdio;

• Confira sua programação musical para certificar-se se todos os CDs ou Md de músicas, se for o caso, estejam no estúdio.(*)

• Confira também sua programação comercial para certificar-se se todos os Mds e textos de comerciais testemunhais estão no estúdio. (*)

 

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(*) Sistemas operacionais computadorizados substituíram cartuchos, fitas cassete e até mesmo mds na hora de veicular músicas e comerciais. Um microcomputador ligado à mesa de áudio, gerência a entrada dos breaks, das vinhetas e das músicas. Com um click no mouse o locutor ou sonoplasta colocam no ar todo o conteúdo que antigamente deveria ser comandado manualmente. Grande parte das emissoras brasileiras se utilizam do sistema Digirádio, produzido pela Victor.

TÉCNICAS - LOCUÇÃO E VOZ

Da mesma forma que um pianista cuida em especial de suas mãos, um atleta de seu corpo, um locutor também precisa cuidar de sua voz. Uma bela voz vem de tributos pessoais, da formação congênita de uma pessoa. Mas não devemos esquecer no entanto, que a boa comunicação pela voz, não é feita apenas pôr um belo timbre.

Vimos anteriormente, que muitos fatores além da qualidade vocal, interagem no momento da locução, tais como: dicção, articulação e a pronúncia correta das palavras junto ao microfone.

À seguir anote algumas dicas que sempre funcionaram comigo:

• Evite tomar líquidos excessivamente gelados de uma só vez. O líquido em baixa temperatura, quando ingerido rapidamente, pode baixar suas defesas, devido a presença de uma flora bacteriana presente em sua traquéia. No momento da ingestão, o líquido gelado que vai para o estômago, provoca um desequilíbrio térmico no interior do nosso corpo. Isto faz com que o sangue e os glóbulos vermelhos, que são a defesa do organismo naquela região, sigam instantaneamente para o aparelho digestivo, à fim de levar calor para àquela região. Isto provoca uma baixa resistência nas defesas da garganta que pode ser invadida pôr bactérias e vírus localizados naquela região, causando com isso um foco infeccioso, conhecido pôr amigdalite, que vai provocar rouquidão. Para evitar a origem destes problemas basta, você ingerir líquidos gelados mais pausadamente, quebrando inicialmente a baixa temperatura na boca.

• Evite tomar leite, iogurte, comer queijo, ou chocolate antes de locutar.

Não que prejudiquem sua voz, mas porque toda substância láctea quando ingerida, vai alterar o Ph da sua saliva, deixando-a mais viscosa. Isto vai provocar pigarros devido a maior densidade da saliva ao umectar as cordas vocais durante a fonação.

• Se você é fumante, saiba que o cigarro é um dos maiores inimigos da qualidade da sua voz. Pequenas partículas de Alcatrão, Nicotina, Piridina e Furfurol contidos na fumaça, serão depositados nas cordas vocais e em toda a estrutura do aparelho fono articulatório, causando constante irritação.

Tosses e pigarros estarão dividindo espaço com sua Locução.

• Gargarejos diários com água morna e sal, acompanhados de meio copo de limão pela manhã, agem como preventivos das infecções de garganta, excessivamente prejudiciais ao locutor.

TÉCNICAS - NOTÍCIAS

A programação jornalística de rádio pode expressar-se em várias formas de apresentação. Estas são as principais:

§ nota: texto pequeno, de cinco a oito linhas, com informação rápida e objetiva, para ser lido em intervalos da programação musical. É uma forma de manter o ouvinte atualizado sobre assuntos variados.

§ boletins: textos com notícias sobre um mesmo tema. Geralmente são breves e regulares, apresentados durante a programação, como forma de acompanhar um evento.

Exemplo:

• Depois de dois anos de obras, a sede própria da Rádioficina vai ser inaugurada neste próximo dia 25 de setembro – dia do rádio às três horas da tarde. Confirmaram presença: César Rosa, Emílio Surita, Beto Rivera e Irineu Toledo.

Desde cedo, o radialista deve desenvolver a escrita de boletins:

• Informando sobre situação das estradas;

• Dando a previsão do tempo;

• Transmitindo informações de eventos ao vivo;

• Divulgando fatos de utilidade pública.

• jornal falado: é a reunião das principais notícias do dia ou da semana. Pode durar de cinco a trinta minutos. O jornal falado tem divisões bem definidas, com a apresentação de notícias locais, nacionais, esportivas e culturais. O ideal é que o jornal seja lido por dois locutores: isso dá mais ritmo e agilidade às notícias e evita a monotonia.

• manchetes: as três ou quatro notícias mais importantes merecem destaque na forma de manchetes (frases com apenas uma linha). As manchetes abrem a edição de um jornal falado e anunciam para o ouvinte os principais fatos do dia.

Exemplo de manchetes:

• “Fiori Giglioti é o novo professor de locução esportiva da Rádioficina”.

• “A Rádioficina recebe os recursos da Abraqua – Associação Brasileira de Qualificação Profissional Pró-Rádio para sua rádio na Internet”.

• “Aluno da Rádioficina recebe prêmio em concurso de locução”.

§ comentário: é a opinião de alguém que conheça bem o assunto que comenta. O comentarista influência o ouvinte. Um comentário nunca é neutro: sempre servirá para emitir um juízo de valor.

Exemplo:

• A professora Juçara Silveira, da Rádioficina, comenta a escolha dos livros didáticos “Como falar no Rádio” e “Rádio – Inspiração, Transpiração e Inspiração” adotados pelo MEC e que serão utilizados no próximo ano letivo. Ela diz porque alguns autores foram selecionados e outros não. Também avalia como os alunos poderão aproveitar os novos livros.

• edição extraordinária: informação que entra no ar a qualquer momento, geralmente no formato de notas, interrompendo a programação quando a notícia for urgente.

Exemplo:

• “Acabou há pouco a reunião de corpo docente da Rádioficina. Eles decidiram que a verba da Caixa Escolar será empregada na compra de equipamentos de áudio para a escola. Os novos equipamentos servirão às aulas de sonoplastia. Mais informações sobre essa decisão, ao meio dia, no nosso jornal”.

• utilização de recursos sonoros: todo programa deve começar e terminar com trechos de música. Isso permite que, já na abertura, o programa seja identificado imediatamente pelo ouvinte.

Música, som e efeitos especiais são importantes no rádio.

Compensam a limitação do veículo, que utiliza um dos nossos sentidos.

Os recursos sonoros no rádio colaboram para a criação de “imagens” auditivas.

Ao você apresentar um noticiário observe os seguintes detalhes:

• Procure tomar líquidos antes da locução, tais como: Chá, Café ou suco de frutas. É preciso manter as cordas vocais sempre umectadas durante a fonação.

• Leia o texto pelo menos três vezes.

A primeira vez para certificar-se do assunto abordado no texto da matéria, à fim de determinar os moldes da interpretação na leitura, ou seja, é preciso conhecer o tema para não ser alegre ou descontraído em notícias sérias ou vice-versa;

A segunda vez para você identificar a existência de nomes estrangeiros, palavras de difícil pronúncia ou a presença de números ou cifras;

A terceira para definir sua modulação, projeção de voz e ritmo de leitura;

• Fique atento ao roteiro e aos sinais do operador de áudio, caso você não opere a mesa durante a leitura do texto. A sincronia da técnica com a locução são muito importantes no rádiojornalismo.

Fica muito mal no ar você chamar uma matéria e entrar outra;

• Pronuncie corretamente seu texto, definindo bem a pronuncia das palavras, principalmente naquelas terminadas com “S” ou “R”;

• A interpretação e a entonação das palavras durante a leitura da notícia devem ser bem feitas, na forma correta, para que não se perca o sentido ou se cometam exageros.

• Realce bem o final das frases do texto, fazendo um breve intervalo, à fim de que o ouvinte não misture os assuntos contidos na notícia que vem a seguir. Se houver trilha de fundo, uma breve elevação do áudio entre uma notícia e outra vai causar o mesmo efeito no ar.

• Preste atenção ao chamar matérias externas, à fim de não trocar o nome dos repórteres ou pessoas. O mesmo em notícias com números, cuide para que não sejam trocados.

• Na locução a dois sempre é importante existir uma diferença no timbre de vozes. Isto vai dar mais ritmo e velocidade ao jornal. Deve-se observar ainda pôr parte dos locutores, a sincronia durante a leitura, para que um não atropele a locução do outro.

• Se cometer algum erro, substitua-o pôr palavras como: ou melhor, ou seja, imprima um leve sorriso nos lábios e continue. Não chame a atenção para o fato, pois o ouvinte de rádio na maioria das vezes, pôr estar somente ouvindo ou fazendo outras coisas ao mesmo tempo, não se apercebe de um erro como na televisão.

TÉCNICAS - FLASHES

Ao Elaborar uma matéria em forma de flash (1) ou boletim (2) observe:

• Observe as condições do local escolhido para dar a matéria.

Cuidado com locais com muita circulação de pessoas, os ruídos e as interrupções podem prejudicar sua concentração e o raciocínio durante a transmissão;

• Certifique-se do tempo de sua entrada no ar. Caso haja alguém para ser entrevistado, mantenha-o informado do tempo também.

Seja conciso e direto no relato das informações, não esquecendo que seu objetivo é informar e não opinar.

As matérias não devem ultrapassar um minuto no FM.

Já no Am conforme a segmentação da emissora (rádiojornalismo, prestação de serviço ou entretenimento) o repórter dispõe do dobro do tempo, devido ao maior espaço dado para a notícia dentro da programação.

• Jamais passe o microfone para as mãos do entrevistado – seja a figura dominante durante a entrevista.

• Mantenha sua participação no ar num ritmo vibrante e dinâmico.

• Faça um boletim com objetividade e clareza, procurando deixá-lo dentro da linguagem do rádio, cuidando ainda para que a síntese não prejudique a nitidez.

• Em matérias com a participação de outras pessoas, faça perguntas diretas e peça do entrevistado respostas concisas também.

• Certifique-se que os detalhes técnicos da transmissão estejam em ordem. Faça os devidos testes para certificar-se disto.

• Geralmente o locutor no boletim se reporta a uma central da emissora ou ao próprio locutor no estúdio. Um check-in deverá ser feito antes da entrada do repórter no ar, através do retorno.

• Em matérias que envolvam a entrada de ouvintes observe: vocabulário, dicção, articulação e pronúncia, bem como, o assunto a ser abordado pelos mesmos.

• Não esquecer das deixas e ganchos com o locutor no estúdio, evitando com isto possíveis buracos ou espaçamentos entre as passagens dentro do programa.

(1) Flash – Rápida informação sobre um fato, dado pelo repórter.

(2) Boletim – Breve informativo transmitido pelo próprio repórter sobre assunto abordado em entrevista, ou baseado em informações que não foram gravadas. Num boletim o repórter poderá ainda, fazer uso da mobilidade do rádio para descrever o ambiente ou até mesmo o estado de espírito das pessoas entrevistadas.

TÉCNICAS - ENTREVISTAS

• Prepare-se, procurando conhecer bem seu entrevistado antecipadamente, através de releases divulgados à imprensa ou informações veiculadas pela mídia. Um artista que possua uma boa assessoria de imprensa, jamais se apresentará para uma entrevista sem um release, ou seja, um texto preparado para estas ocasiões, que contenha seu histórico e dados de sua carreira. Mas como tudo pode acontecer no rádio prepare-se para imprevistos.

• Faça um roteiro da entrevista que contenha: o nome, uma breve apresentação do seu entrevistado, particularidades da pessoa e os motivos que a levaram a participar do seu programa;

• Procure fazer perguntas inteligentes, rápidas e objetivas;

• Cuide para que suas perguntas sejam abrangentes mas não extremamente explicativas, a ponto de no final, você já ter dito o que o entrevistado lhe responderia;

Apresentando a Entrevista:

• Quebre o gelo, procure tirar todas as formalidades entre você e o entrevistado fora do ar, deixe-o à vontade;

• Procure aproximar-se mais durante uma conversa que anteceda a entrevista. É muito importante nesta hora você familiarizar-se com o entrevistado. Os resultados aparecerão no ar através de uma maior reciprocidade no desenrolar da entrevista;

• Mantenha a entrevista dentro de um segmento, para que ela não perca o seu sentido. Faça perguntas curtas, diretas e uma de cada vez.

Procure em cada resposta o “gancho” para a pergunta seguinte, permanecendo sempre atento à fim de não perguntar o que o entrevistado já tenha respondido .

• Seja direto, conciso e criativo, realizando perguntas que possam ser feitas dentro das próprias respostas, cuide no entanto, para não se perder da seqüência;

• Seja bem humorado durante a entrevista, procurando desenvolvê-la de maneira descontraída e leve, se o entrevistado assim o permitir;

• Procure usar expressões de aceitação e sorriso quando o entrevistado estiver falando. É bastante constrangedor para o entrevistado estar lhe respondendo uma pergunta e observar você olhando dentro dos olhos dele, sério sem dizer nada;

• Evite tietagens de sua parte em relação ao entrevistado. A badalação excessiva vai causar inibição no entrevistado e diminuirá a reputação do seu trabalho perante o ouvinte;

• Evite perguntas que o público em geral tenha como desconsertante, assim como, assuntos nunca abordados pelo entrevistado perante a mídia. Agora não exite em perguntar em nome do público ouvinte, o que gostaria de saber ou esclarecer sobre determinado fato ou acontecimento, que tenha relação direta com os interesses da sociedade. Normalmente estas situações ocorrem em entrevistas com políticos ou autoridades públicas;

• Se você estiver operando a mesa de áudio na hora da entrevista, procure deixar todos os comandos já preparados, para que sua atenção não seja desviada para outras coisas, que não seja o seu entrevistado.

É muito desconsertante para o entrevistado estar respondendo uma pergunta e você estar ocupado com outras coisas. Mantenha-se atento também para que eventuais trilhas de fundo não sobreponham o diálogo da entrevista.

Em entrevistas que enfoquem a abordagem com uma visão mais analítica do rádiojornalismo observe:

• Com exceção de personalidades populares como artistas, músicos e atletas, trate o entrevistado por senhor, senhora ou doutor quando se tratar de médico, advogado e engenheiro.

• Tratar o entrevistado com respeito não significa aceitar contradições, exageros e falsas afirmações. Desempenhe sua função de representar o ouvinte e os anseios da sociedade.

• Evite expressões do tipo: “segundo os jornais” ou “o senhor me disse antes da entrevista...” . Diga simplesmente: “conforme informações sabemos que...”

• Procure não fazer afirmações disfarçadas em perguntas, isto é, perguntas que só tenham como resposta o “sim” ou “não”. Prefira perguntas que comecem pelos questionamentos de praxe do jornalismo: “como”, “onde”, “quando” e “por que”.

• Não apareça mais que o entrevistado. Isto irrita o ouvinte.

• Não dê sua opinião, mas faça com que o entrevistado externe a sua.

Coloque-se no comando da entrevista sendo figura preponderante no diálogo. Se a resposta já tiver sido suficiente, procure passar para a pergunta seguinte, com muito tato para não cortá-lo no meio da frase.

TÉCNICAS - EM PÚBLICO

Não é de hoje que os locutores de rádio não se restringem apenas as quatro paredes do estúdio. Antigamente os programas de auditório exigiam de seus comunicadores um envolvimento direto com o público.

Apresentar um programa ao vivo, cuidando da sincronia entre as atrações , entretendo as pessoas presentes e envolvendo as que ouviam rádio, exigia do comunicador além de muito talento, um grande preparo. Desenvolver as técnicas de se falar em público é muito importante ao profissional de locução, pois existem momentos em que se falar para as pessoas, é tão importante quanto se falar no microfone do estúdio.

Atualmente as emissoras encontraram nas promoções junto ao público uma ferramenta muito importante para conquistar audiência.

A seguir algumas técnicas para facilitar sua atuação junto ao público:

• Chegue sempre com antecedência em suas apresentações;

• Domine todo o assunto a ser abordado, tendo uma visão geral de toda sua participação, acompanhando um roteiro previamente elaborado, ou seja, jamais entre em um palco sem saber o que você deverá falar ou fazer;

• Procure memorizar todo o assunto a ser abordado para que você tenha condição de improvisar, caso necessário;

• Na apresentação de sua mensagem, não esqueça da força da comunicação corporal através de gestos bem colocados, evitando exageros;

• Evite o uso excessivo de expressões de apoio na ligação de suas frases, tais como: então, assim, certo, daí, né, etc.

• Use de naturalidade ao falar, procurando variar as posições do corpo de forma equilibrada na exposição dos assuntos;

• Seja autêntico, sincero e acessível junto a platéia;

• Um sorriso, um ar benevolente, posturas de respeito com a platéia irão cativá-lo junto ao público;

• Não fixe seu olhar em uma só pessoa do auditório, procure percorrer todo o local demonstrando atenção e interesse em seu público;

• Se sua participação for expositiva, procure pensar todos os detalhes, organizando transparências, slides, vídeos, fitas, ou mds. Sistemas multimídia são largamente usados em palestras e apresentações. Cuide para não depender única e tão somente deles, pois problemas técnicos poderão comprometer seu desempenho.

• Jamais deixe para combinar os detalhes técnicos de sua apresentação, com os operadores dos equipamentos, na última hora;

• Procure quando possível, em suas apresentações, ter sempre uma pessoa de sua extrema confiança e intimidade, que avalie seu desempenho, procurando ouvir dela as críticas à fim aperfeiçoar seu trabalho.

EXERCÍCIOS

Pratique a leitura destes textos a fim de desenvolver sua capacidade de concentração durante a verbalização. Observe ainda, a pronuncia correta das palavras, bem como articulação e dicção durante a fala.

1. O tempo perguntou para o tempo, qual é o tempo que o tempo tem.

O tempo respondeu para o tempo, que não tem tempo de dizer para o tempo, que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.

2. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista é ornitologista e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.

3. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores. Porque se soubermos que somos sábios saberemos que sabemos tudo e se soubermos que somos sabidos é porque sabemos quase tudo. Agora se soubermos que somos sabedores é porque não somos sábios e nem sabidos, somos apenas sabedores de que podemos ser sábios ou sabidos se soubermos mais.

4. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos formam uma paralelepípedovia. Uma paralelepípedovia é formada de muitos paralelogramos. Logo milhares de paralelogramos formam muitas paralelepídodovias.

5. Um grego gago junto com outro grego gagá, falavam para outro grego porque ele estava grogue. O grego grogue respondeu para o grego gago e para o grego gagá, que estava grogue porque não era nem gago e nem gagá. Era apenas grogue, sem ser gago e nem gagá.

Fonte: Rádioficina